Archive for abril 2011


Que miserável homem que sou que me tornei, 
mendigo o pão que antes sobrava e que era meu.
No desapontamento a esperança nasce, 
e vivo o presente independentemente do que passou.


Pois se tudo mudou e em Cristo eu sou mais do que sou,
pra trás eu deixo o homem que fui e 
as casas que eu construí longe de ti.
Se tudo mudou eu abro as velas da embarcação, 
na esperança que pela manhã
avistarei o porto onde te encontrarei.


Como um refugiado deixando seu país,
 fugindo pela noite sem conseguir dormir,
confiando na promessa que o pranto toma a noite,
 mas logo vem o dia, e gritos de alegria ecoarão!


Se a chuva me alcançar e o barco revirar 
que eu acorde em terra firme lá.

Esperança, André e Tiago Arrais

O fôlego

Eu preciso crer que estes olhos hoje cegos
um dia verão o sol da manhã.
Preciso entender que nada poderá desfazer
o que os pregos e a madeira um dia tiveram de abraçar.


Eu deveria parar.
Eu deveria parar de me distrair.
Parar de me confundir.
Eu deveria parar.
Parar, e então continuar.


Continuar olhando, mesmo sem entender,
para o que parece injustiça comigo aqui e ele lá.
Quem sabe agora eu só deveria parar de tentar.
Mas acreditar. Olhar. Admirar.


Pra que eu pudesse respirar...
Pra que eu pudesse respirar...