Antes de aceitar o perdão de Jesus Cristo e crer em seu evangelho, o que não aconteceu há tanto tempo, eu possuía uma visão demasiadamente pré-conceituada do ateísmo. Para mim, não crer em Deus soava tão imoral quanto matar alguém. Depois de uma pitada de curiosidade e uma dose de bom senso passei a pensar de outra forma: crer no evangelho e na vida eterna me aproximam mais do pensamento ateísta do que eu imaginava e, paradoxal ou não, me afastam de forma gritante.
A análise de que nossa história é conseqüência de ações humanas e não divinas é, ao meu ver, totalmente plausível. Tomemos em específico a história da Igreja de Cristo. Jesus deixou a Igreja para que ela fosse o Seu corpo, a Sua expressão aqui. Essa expressão só seria fiel àquilo que Deus é caso não houvesse a autenticidade humana, em outras palavras, a história da Igreja é um filme em que, submetidos ou não à vontade do Diretor, ainda somos os atores.
Como disse, em alguns aspectos sou levado a me assemelhar ao pensamento ateísta no que diz respeito a não intervenção divina em todas as coisas. Contudo, discordo taxativamente da raiz do pensamento. O livre-arbítrio que me foi dado para, se precisar, transformar em caos a natureza precisamente organizada e bem elaborada à minha volta não excluem a existência de um Deus que os tenha criado. Penso que o maior erro do ateu está em se limitar aos resultados que, de forma geral, o livre-arbítrio humano produziu até hoje.
Deus está em todas as coisas. Seu fiel respeito ao nosso livre-arbítrio denuncia amor e não impotência. Ele se expressa, age e nada acontece senão debaixo de Seu governo. A história do relacionamento do homem com Deus está ligada à escolha que Deus fez em permitir que nós façamos nossas escolhas. Não O culpe por tudo.